Senadora expressa preocupação com "radicalismo" em torno da Ferrogrão e aponta atraso para o país

Essa alteração seria fundamental para viabilizar as obras da Ferrogrão

A senadora Margareth Buzetti (PSD) expressou sua preocupação com o tom "radical" das discussões em torno da Ferrogrão. Sua manifestação surge em resposta ao posicionamento da Advocacia Geral da União (AGU), que questionou os estudos de impacto ambiental relacionados à construção da ferrovia.

"A própria AGU ressalta a importância da ferrovia em seu parecer, e espero que esse seja o entendimento do STF. Queremos sim a preservação ambiental, mas sem adotar um discurso radical e utópico que acaba impedindo o progresso. Cada vez que a ideologia entra em jogo, quem perde é o Brasil e os brasileiros que sustentam a economia com seu trabalho árduo", afirmou a senadora.

Essas discussões ocorrem em meio ao julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que questiona a lei que modificou os limites do Parque Nacional Jamanxim, no Pará. Essa alteração seria fundamental para viabilizar as obras da Ferrogrão.

Com aproximadamente 1.000 km de extensão e um custo de R$ 20 bilhões, a ferrovia seria responsável pelo transporte de grãos do Mato Grosso para a região conhecida como Arco Norte, na Amazônia, conectando as cidades de Sinop (MT) e Miritituba (PA), às margens do rio Tapajós.

No entanto, a AGU mudou sua posição em relação aos limites do parque no Pará, alegando agora a inconstitucionalidade da lei. Entre os argumentos apresentados, destaca-se a falta de "contrapartida ambiental" na legislação que altera os limites do parque.

A senadora argumentou que é inaceitável que a AGU se posicione contra o desenvolvimento do Brasil.

"A Ferrogrão é a forma pela qual o Brasil pode dar um passo em direção ao desenvolvimento, aumentando o escoamento da produção de forma sustentável, sem poluir ainda mais e reduzindo os riscos de acidentes fatais frequentes na BR-163. É inadmissível que a Advocacia Geral da União se manifeste contra o progresso do Brasil. Os ministros do governo que representam setores geradores de renda, como os das pastas de Transportes e Agricultura, já se posicionaram a favor da Ferrogrão", concluiu a senadora.