Reforma tributária deve impactar negativamente Mato Grosso, alertam deputados

Para Medeiros, a proposta não trata de uma reforma real, mas sim de um severo aumento de impostos

Deputados federais e estaduais de Mato Grosso, declaradamente alinhados à direita, acusam o Governo Federal de implementar uma reforma tributária que prejudicará significativamente os contribuintes do estado, afetando suas finanças domésticas devido a possíveis mudanças na estrutura de impostos cobrados em níveis municipais, estaduais e federais.

Os deputados José Medeiros e Abílio Júnior, ambos do PL, juntamente com o deputado estadual Cláudio Ferreira (PTB), expressaram suas preocupações em relação ao projeto, que está previsto para votação na Câmara Federal nesta quinta-feira (6).

Segundo eles, o discurso do Palácio do Planalto é de simplificação, ao transformar os atuais impostos estaduais ICMS e municipais ISS em um único imposto sobre Bens e Serviços (IBS), enquanto os tributos federais atuais PIS, Cofins e IPI seriam consolidados na Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS).

Medeiros argumenta que, apesar da aparente inocência, o projeto é mais uma artimanha conhecida dos petistas, que buscam dar um "nome bonito" para fugir do desgaste político em relação às verdadeiras intenções da medida.

Ele destaca que, embora se diga que haverá uma alíquota unificada de 25% para impostos federais, com uma redução para 12,5% nos alimentos e produtos de higiene básica destinados ao consumo humano, não se menciona que em alguns estados, como Mato Grosso, a alíquota atual para arroz, por exemplo, é zero. Isso significa que a cesta básica, que inclui carne e até mesmo a tão prometida picanha, sofrerá um aumento inexplicável caso essa medida seja aprovada.

Para Medeiros, a proposta não trata de uma reforma real, mas sim de um severo aumento de impostos.

Embora reconheçam a necessidade de uma reforma tributária, os deputados argumentam que a forma como foi proposta resultará em aumento de impostos e penalizará uma parcela significativa da população. Abílio Júnior, também deputado federal, alerta em suas redes sociais que diversos profissionais, como dentistas, médicos, escolas e pequenos comerciantes, enfrentarão uma carga tributária que poderá chegar a mais de 37%.

Cláudio Ferreira, que esteve em Brasília discutindo a reforma com a bancada federal de Mato Grosso, classifica a proposta como um ataque direto do atual governo aos estados produtores, que em sua maioria não o apoiaram nas urnas.

Segundo Ferreira, o governo petista já havia declarado guerra ao agronegócio, e essa proposta, de acordo com cálculos iniciais de economistas, poderá reduzir a renda bruta dos produtores de soja em até 45%, aumentando os custos de produção em até 7,5%.

Para o deputado, trata-se claramente de uma retaliação não apenas a esse setor, mas também ao estado de Mato Grosso como um todo, resultando em prejuízos bilionários para o estado. Ele ressalta que o enfraquecimento da economia impactará especialmente os cidadãos mais pobres.

Os deputados alertam para os efeitos danosos dessa proposta de reforma tributária, ressaltando a necessidade de revisão para evitar o aumento de impostos e a sobrecarga sobre os contribuintes mato-grossenses.

Eles enfatizam a importância de um diálogo amplo e transparente sobre as mudanças tributárias, a fim de garantir um sistema justo e equilibrado para todos os envolvidos.