Prates destacou a mudança de perspectiva da empresa, que agora está focada no futuro, diversificando suas atividades e investindo em setores sustentáveis. Além das operações tradicionais de petróleo e gás, o plano inclui iniciativas como coprocessamento em refinarias, geração de energia renovável em larga escala para a produção de hidrogênio verde, metanol verde e amônia verde, produtos mais alinhados com práticas ambientais sustentáveis.
O investimento total no plano é de cerca de US$ 102 bilhões (equivalente a R$ 500 milhões). Uma das mudanças estratégicas notáveis é a decisão de não vender mais refinarias, mas sim investir nelas para transformá-las em parques industriais. A Petrobras também retomará a produção de fertilizantes, reiniciando as operações da Araucária Nitrogenados (Ansa) no Paraná e concluindo as obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN III) em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul.
Além disso, a empresa está buscando parcerias para manter em operação as fábricas de fertilizantes em Sergipe e Bahia, atualmente arrendadas para a Unigel. O objetivo é manter essas plantas produzindo sob encomenda para a própria estatal por até um ano, antes de buscar outras formas de funcionamento, como uma joint venture ou incorporação.
O presidente da Petrobras ressaltou que, embora alguns projetos isolados, como poços do pré-sal e fábricas de fertilizantes, possam ter rentabilidades diferentes, investir em fertilizantes é considerado estratégico, não apenas para atender à demanda doméstica, mas também comercialmente, alinhado com a transição energética.
Dentro do plano estratégico, estão previstos US$ 7,5 bilhões para exploração de novos poços de petróleo, com US$ 3,1 bilhões destinados à Margem Equatorial, uma área marítima que se estende desde o Amapá até o Rio Grande do Norte. A Petrobras aguarda a autorização do Ibama para realizar atividades nessa nova fronteira petrolífera.
Quanto à situação na Argentina, onde o presidente eleito, Javier Milei, anunciou a intenção de vender a petroleira estatal YPF, Prates mencionou que o cenário ainda está indefinido e que a Petrobras não tem análises em curso para aquisição ou investimento na YPF neste momento.