De janeiro a outubro, Mato Grosso registrou 759 casos de picadas de animais peçonhentos, conforme dados divulgados pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIAVE). O ranking é composto principalmente por escorpiões, serpentes, aranhas e outros animais não identificados que possuem veneno.
O escorpião lidera as ocorrências com 556 casos, distribuídos entre três espécies diferentes: marrom, preto e amarelo. Esses animais, conhecidos por sua periculosidade, podem causar sérios problemas de saúde às vítimas.
Uma das histórias relatadas é a de Sinelândia Aparecida de Siqueira, de 56 anos, que foi picada por dois escorpiões ao mesmo tempo enquanto lavava roupas. Ela descreveu as dores intensas e a sensação de ser picada novamente a cada duas horas, mesmo após receber medicação na Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
José Antônio Figueiredo, cirurgião geral e coordenador do Centro de Informações Antiveneno (Ciave), destacou que os sintomas podem variar de leves a graves, incluindo dores no local da picada, manchas claras e, em casos mais sérios, complicações que podem exigir intubação do paciente.
O médico ressaltou a importância de redobrar os cuidados em casa durante o mês de novembro para evitar a presença desses animais peçonhentos, que tendem a aparecer com mais frequência no período chuvoso. Recomendações incluem o uso de telas em pias, tanques e ralos, além de contar com predadores naturais como corujas, sapos e lagartixas para prevenir acidentes.
No caso de picadas de cobras, escorpiões e aranhas, a orientação é procurar o hospital, levando o animal se possível. Caso a captura do bicho não seja viável, uma foto pode auxiliar na identificação para determinar o tratamento adequado. Recomenda-se manter o paciente em repouso inicialmente e elevar o membro afetado para facilitar a circulação e reduzir o inchaço.