Comunidades ribeirinhas em MT são monitoradas para identificar vírus em circulação

O trabalho está sendo realizado em conjunto com a equipe da SES de Mato Grosso do Sul (MS)

A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) deu início, neste mês, às navegações por comunidades ribeirinhas para realizar monitoramento genômico. A ação tem como objetivo identificar vírus e parasitas em amostras ambientais, humanas e animais, contribuindo para fortalecer respostas rápidas e coordenadas a situações emergenciais na saúde pública.

O trabalho está sendo realizado em conjunto com a equipe da SES de Mato Grosso do Sul (MS). As equipes embarcaram no dia 20 de novembro, com rotas que se estendem até maio de 2024.

Nessa primeira etapa, serão visitadas 57 comunidades, navegando por Cáceres e o Rio Cuiabá em MT, e por Ladário, Porto Murtinho e Corumbá em MS. O projeto, denominado Navegação Ampliada para a Vigilância Intensiva e Otimizada (Navio), tem um prazo estimado de 5 anos e é uma iniciativa conjunta com diversas instituições, em parceria com a Marinha do Brasil, Fundação Oswaldo Cruz de Minas Gerais (Fiocruz Minas), Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MT), Superintendência de Vigilância em Saúde da SES-MT e Lacens de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná.

O secretário adjunto de Atenção e Vigilância em Saúde, Juliano Melo, destaca que o objetivo é identificar e caracterizar os patógenos virais em circulação nessas comunidades, com especial atenção para doenças infecciosas causadas por arbovírus, como Dengue, Chikungunya, Febre do Mayaro e Covid-19.

“A estratégia combina análises genômicas de alta resolução com dados epidemiológicos e climáticos para obter uma compreensão mais abrangente das complexas interações entre patógenos, vetores, hospedeiros e o ambiente. Isso é especialmente relevante considerando os efeitos das mudanças climáticas ocorridas ao longo dos anos nessas regiões”, explica o gestor.

A diretora do Lacen-MT, Elaine Cristina de Oliveira, ressalta que o projeto inclui também atendimentos médicos e odontológicos, educação em saúde e programas de vacinação tanto para seres humanos quanto para animais.

“Os dados coletados proporcionarão uma compreensão ampliada das complexas interações entre patógenos, vetores, hospedeiros e o ambiente, especialmente considerando os impactos das mudanças climáticas nessas regiões, buscando identificar áreas prioritárias para vigilância, permitindo um olhar mais preciso às possibilidades de emergências e a implementação de medidas de prevenção e controle”, destaca Elaine.