
Presidente da Famato, Vilmondes Sebastião Tomain, afirmou que não vê risco na flexibilização do uso de agrotóxicos, aprovado pelo Senado Federal, na terça-feira (28). O texto aprovado foi apresentado pelo ex-governador de Mato Grosso e ex-ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), durante sua passagem pelo Senado Federal, em 1999.
Em entrevista ao Jornal do Meio Dia (TV Vila Real, canal 10) nesta quarta-feira (29), Vilmondes defendeu que o texto traz inovações e que o produtores rurais não devem usar as substâncias, consideradas nocivas para saúde, em excesso.
“Ninguém aplica em excesso aquilo que precisa, e é uma das coisas que mais tem custo dentro da atividade. Isso é monitorado dentro da maior quantidade possível para não comprometer a cultura. O agricultor não joga dinheiro fora, o custo é muito elevado”, disse.
A legislação apelidada como “PL dos Agrotóxicos” deve favorecer os barões do agronegócio e agora, apenas aguarda a sansão presidencial. No entanto, ambientalistas já revelam preocupações com a contaminação dos alimentos, de animais, do solo e de nascentes. Isso porque, a liberação mais rápida celebrada pelos ruralistas significa que novos produtos poderão chegar ao mercado sem a avaliação necessária.
Vilmondes, por sua vez, alega que o Brasil está atrasado e que não vê nenhum problema em utilizar produtos ainda não testados. Ele ainda não acredita que a flexibilização possa criar atritos entre os ministérios da Agricultura e Meio Ambiente, que possuem posicionamentos diferentes sobre o assunto.
“Essas substâncias são trabalhadas há muitos anos, o Brasil está atrasado nessa questão de patentear essas moléculas novas, para poder inovar. Cada vez mais a pesquisa é maior, os produtos que vem sendo colocados à disposição do produtor rural, ele é mais seguro, eu não vejo risco nenhum... Se você for considerar por área, o Mato Grosso é o menor consumidor de agrotóxicos, existe uma discrepância no sentido de falar que o Brasil é o maior aplicador de agrotóxicos. Mas se tratando de área utilizada, nós somos os menores”, enfatiza.