A história da primeira vitória de Senna no Brasil com apenas uma marcha

Brasileiro teve que lutar contra falha mecânica e perseguição de Williams para conseguir troféu, que virou um dos momentos mais icônicos de sua carreira

 A primeira vitória de Ayrton Senna no Brasil, em 1991, foi marcada por um final dramático, com o piloto brasileiro tendo apenas uma marcha disponível.

Aquele final de semana em Interlagos começou bem, com pole position do brasileiro, então piloto da McLaren. Completando a primeira fila estava Riccardo Patrese, da Williams.

Já no domingo, 24 de março, Patrese foi superado ainda na primeira curva por Nigel Mansell, também da Williams. O brasileiro aproveitou a disputa entre os companheiros de equipe e abriu vantagem na liderança da prova.

Senna se manteve na ponta de forma segura até dois terços da prova, quando Mansell começou a ameaçá-lo.
 

A aparente tranquilidade voltou a reinar no início da volta 60 de 71, em que o piloto da Williams rodou na entrada da curva do “S do Senna” e foi deixado para trás pelo brasileiro.

O que ninguém imaginava é que no início da volta 64, o carro de Senna começasse a apresentar problemas, travando o câmbio na sexta marcha.

O brasileiro passou os minutos seguintes fazendo um esforço enorme para conseguir controlar o carro e continuar na prova.

 

Patrese, que ocupava a segunda colocação, foi avisado pela Williams do problema na McLaren de Ayrton e começou a diminuir a distância para o brasileiro de forma rápida.

Mas, apesar da aproximação do italiano, Senna venceu a corrida, chorando e gritando no rádio após passar pela linha de chegada.

No pódio, o ícone brasileiro chorava e mostrava sinais de cansaço após o esforço para levar o carro até o final da prova. Mas mesmo com dificuldade, ele ergueu pela primeira vez o troféu de vencedor do GP do Brasil.

Ele ainda ganhou a prova em seu país natal mais uma vez, em 1993, antes de morrer de forma trágica no acidente em Ímola, em 1994.
 

Senna venceu em Interlagos, em 1991 • Acervo / Gazeta Press
Senna venceu em Interlagos, em 1991 • Acervo / Gazeta Press